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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Fantasias Sexuais

 

 

 

Há alguns anos atrás este assunto era um tabu na nossa sociedade. Não quer dizer que muitos homens e mulheres não tivessem inúmeras fantasias sexuais, mas na verdade, estes pensamentos
libidinosos eram considerados pecado e, na maior parte das vezes, jamais eram revelados e poucas vezes concretizados. Hoje em dia, a mente está mais aberta a estas situações e, a verdade é que, muitas vezes, a realização destas fantasias pode salvar casamentos, que desta forma conseguem fugir à rotina.

A fantasia sexual é descrita como um desejo que um determinado indivíduo tem, de fazer algo diferente do habitual a nível sexual, que só de imaginar lhe dá um enorme prazer. É claro que existem algumas fantasias que são condenáveis, porém outras podem tornar a nossa intimidade cada vez mais saudável. As fantasias sexuais mais comuns entre os homens revelam-se na vontade que estes têm de fazer amor com uma enfermeira, uma professora ou uma empregada doméstica. No caso das mulheres, elas fantasiam com homens de farda e também com um professor, por exemplo. Os ambientes onde se possa ter uma relação sexual com alguém, são também muito fantasiados, sendo
que locais perigosos, onde haja hipótese de se ser apanhado, são os mais usuais. Falamos, por exemplo, de elevadores, em piscinas ou dentro do carro.

Não se envergonhe de realizar as suas fantasias sexuais, desde que não se coloque em perigos reais e não prejudique ninguém.

Problemas Masculinos

Há vários problemas sexuais que podem afectar os homens em diversas fases da vida. Infelizmente, muitos homens sentem relutância em falar sobre as suas vidas sexuais com um médico. Lembre-se que a maioria dos problemas sexuais podem ser tratados com a ajuda de um profissional e ser bem sucedidos.

 

Problemas de erecção

 

 

De todos os problemas sexuais que os homens enfrentam, a disfunção eréctil é a mais comum, e inclui vários problemas, desde a capacidade de manter a erecção por um curto período até conseguir obtê-la de todo. É muito normal que os homens passem por isto em algum período das suas vidas.

Uma das causas mais comuns da disfunção eréctil é uma condição na qual embora o sangue aflua ao pénis da forma habitual durante a erecção, volta de novo para trás e o pénis fica flácido. Isto acontece devido ao sistema de bloqueio, que normalmente mantém o sangue dentro do pénis, deixar de funcionar convenientemente. Este problema pode ser ultrapassado utilizando um anel concebido medicamente que encaixa à volta da base do pénis.

Os problemas de erecção podem ter uma origem psicológica. Por exemplo, se estiver preocupado com o seu desempenho sexual, ou com sentimentos de inadequação, culpa, ou ressentimento, estes podem manifestar-se como uma incapacidade de ter ou manter a erecção. Esta forma pode ser muito fácil de diagnosticar porque será capaz de ter uma erecção por vezes, mas não com uma parceira. A terapia sexual é geralmente a melhor forma de tratamento deste problema.

 

Doença e envelhecimento

 

 

Há várias doenças que podem afectar a função eréctil, e o mesmo acontece com certas medicações. A impotência é mais provável na terceira idade, embora felizmente não seja inevitável. À medida que envelhece, os níveis da hormona masculina Testosterona descem e um dos efeitos secundários pode ser erecção enfraquecida. Isto não é necessariamente um problema, precisa apenas de descobrir aquilo que lhe dá uma melhor erecção, geralmente muita fricção directa na zona genital. Também pode ponderar a hipótese de fazer um tratamento hormonal.

 

Factos sexuais

 

Fumadores e alcoólicos

 

 

Há dois grupos de homens que estão particularmente vulneráveis à impotência: fumadores e alcoólicos. O consumo excessivo de tabaco e de álcool pode danificar os sistemas nervosos e cardiovasculares. O abuso de álcool faz com que os níveis de Testosterona baixem e interfere com os impulsos nervosos para os genitais. Também prejudica a orientação sexual e predispõe a anormalidades no esperma.

Orgasmo SIM, por favor!

 

 

Em primeiro lugar desejo, depois excitação e por fim orgasmo.

Esta seria linha orientadora ideal para atingir aquilo que todas as mulheres desejam na cama: prazer.

Porém, 27% do sexo feminino português confessa que raramente atinge o clímax, contra 1% dos homens.

O que pode estar por detrás desta grande diferença entre os dois sexos?

A verdade é que sexo não é apenas penetração e, principalmente, para as mulheres é muito
mais do que isso. Ela precisa de estar lubrificada, para se sentir preparada para o coito.

A mulher deixou de fingir, nos dias que correm exige mais do seu parceiro e ele, em princípio, também fará tudo para estar à altura de satisfazê-la.

Infelizmente, a repressora educação que sempre foi passada ao sexo feminino, ainda domina algumas mentes e isso pode, muitas vezes, inibir ambos. O que contribuiu, sem dúvida, para um orgasmo insatisfatório, principalmente da parte das mulheres que necessitam pelo menos de oito minutos para atingi-lo, contra três minutos que os homens podem levar a consegui-lo.

Mas afinal é tudo uma questão de timing?

Pode ser, mas não só! Há que “acertar” ritmos, passar ao parceiro informação, pois os homens gostam de ser instruídos. Utilize alguma linguagem corporal, bem como frases provocantes que permitam ao seu companheiro entender aquilo que precisa. Mas antes disso, e para saber dar
instruções necessita de conhecer o seu corpo.

Para si, também os preliminares são importantes, pois quanto mais longa a excitação, maior o clímax.

Alugue filmes picantes, envie mensagens eróticas ao seu parceiro, durante o dia, faça algo
com ele que vos provoque muita adrenalina. Na cama, evite a rotina, experimentem novas posições, descubram-se e se necessário utilizem brinquedossexuais para se estimularem mutuamente.

Na verdade, a imaginação não tem limites! Entregue-se ao prazer!

Será que entrei na Andropausa?


Tenho 58 anos e ultimamente tenho notado diferenças a nível emocional e sexual, e por isso me pergunto se estarei a entrar na andropausa?

 

José, Santarém

 

Caro Leitor,

Da mesma forma que a menopausa provoca alterações no corpo e no comportamento das mulheres, a andropausa manifesta-se nos homens provocando oscilações a nível físico e psicológico. Na andropausa, os homens podem observar mudanças a nível do desempenho sexual, bem como algumas alterações físicas e psicológicas. A andropausa define-se pela diminuição do nível de testosterona no homem, resultando no enfraquecimento do desejo sexual, bem como na dificuldade em manter a erecção. Outros sintomas que podem ser resultantes da andropausa são a diminuição do nível de energia física e a depressão. Convém referir que esta não é uma regra básica, pois cada homem é um caso. Porém, se achar necessário aconselho-o a dissipar as suas dúvidas junto de um especialista.

Dores nos testículos

 

Até há uns meses atrás tudo corria bem com o meu funcionamento sexual, certo dia aleijei-me no testículo esquerdo e na altura senti uma grande dor. Passou durante algumas horas mas depois voltou a doer.

 Estas dores são muito fortes e apareciam frequentemente durante o dia.

 

Alguns dias depois quando estava a masturbar-me reparei que a erecção não era muito forte, não fiquei muito preocupado, o pior foi quando cheguei ao orgasmo e ejaculei reparei que a quantidade de esperma era bastante reduzida e ainda fiquei mais preocupado. Cerca de 2 dias depois, queria-me masturbar, não conseguia de nenhuma maneira obter uma erecção.

Pensei recorrer a um médico mas resolvi esperar. Passou-se cerca de uma semana e já conseguia dificilmente obter uma erecção mas quando ejaculava não saia nada.
Passados quase 4 meses voltou quase tudo ao normal. Consigo obter uma erecção apesar de parecer que não conseguir ter uma erecção completa ou não tão forte como era, e quando ejaculo sinto uma sensação esquisita que não existia antes e que não sei bem explicar.
Com isto não sei se se passará algo de errado e se deveria consultar um médico. Não sei se o urologista é o indicado.


Martinho, Porto

 

Caro leitor,

Penso que deve consultar um médico, seja urologista diretamente, seja um recomendado pelo seu médico de família. Só ele lhe poderá fazer um diagnóstico diferencial e determinar se o seu problema é fisiológico ou psicológico.

Da minha parte, penso que a dor que sentiu pode ter desenvolvido em si um medo exagerado de sofrer consequências ao nível sexual e, como tal, entrou num ciclo vicioso de observação atenta do seu pénis e da resposta sexual que ele fazia, a um ponto que a sua atenção deixou de estar focada no prazer sexual, mas sim na performance, no seu desempenho.

Este ciclo faz com que o próprio corpo não responda da melhor maneira, pois sente-se avaliado, observado e daí que sinta ereções menos fortes e sensações esquisitas na ejaculação.

Esclareça com o médico se ficou com sequelas no testículo ou no aparelho reprodutor e tente não ser observador de si próprio.

Entregue-se às suas fantasias sexuais e deixe-se levar pelo prazer da masturbação, sem se desviar para pormenores técnicos da sua resposta sexual – verá que a sua resposta sexual vai melhorar.

 

“Devo fazer terapia sexual?”

“Tenho tido problemas do foro sexual com a minha esposa, e já fomos a uma psicóloga, mas as coisas não melhoraram. Será que consultar um especialista em sexualidade poderá ajudar?”

Benjamim, Quinta do Conde

 

Caro leitor

A questão que me coloca é a mesma que perguntar se deve consultar um dentista quando tem um problema de dentes? Claro que sim...um sexólogo tem a formação necessária para lidar com qualquer tipo de problema do foro sexual. Se tem tido dificuldades a nível sexual com a sua esposa, definitivamente aconselho-o a procurar um especialista. Além disso, é bastante importante que a sua esposa participe activamente indo às sessões consigo, pois apenas com o empenho de ambos irão ver resultados.

Sexualidade na adolencência

 

 

Para os pais que têm filhos numa fase de
grandes mudanças, como é a adolescência, há que deixar os tabus para trás e
abrir a mente. Em primeiro lugar, tenha em atenção que, embora não se deva
considerar a melhor amiga do seu filho ou da sua filha, é em si que eles devem
apoiar-se para esclarecer muitas das suas dúvidas, bem como resolver alguns
problemas. Se nunca se mostrar disponível para o diálogo, então será nos amigos
da mesma idade, que sabem tanto quanto eles sobre o assunto, que estes irão
procurar informação sobre sexo, ou outros assuntos, que pouco ou nada se sentem
à vontade para partilhar consigo.

Como muitos pais não se preparam para o
início da vida sexual dos seus filhos adolescentes, estes acabam por se colocar
em situações de risco, tais como: gravidez prematura, contacto com doenças
sexualmente transmissíveis ou experiências sexuais desagradáveis. E não falamos
apenas de países subdesenvolvidos! 

Tenha em conta que não é pelo facto de falar
com o seu filho sobre sexo que este iniciará a sua vida a este nível
levianamente. E para que isso não suceda explique-lhe que o sexo é algo bom e
natural, mas tem um momento certo para acontecer, que temos que estar
psicologicamente e fisicamente preparados. E se dúvidas houver, os
especialistas dizem que meninos e meninas devem receber o mesmo tipo de
orientações. Não podem existir preconceitos. O ideal é que seja o pai a
dialogar com os filhos e a mãe a esclarecer as filhas.

 

Ele tem o pénis muito grande

casal

 

 

Tenho 25 anos, e recentemente comecei a namorar com um rapaz de cor, de quem gosto muito, mas ele tem um pénis muito grande, o que me causa dores durante o acto sexual. Não sei o que fazer pois gosto muito dele.

 

Carina, Vilamoura

 

Cara Leitora,

De facto essa é uma situação desconfortável, e nem sempre fácil de resolver. Muitas vezes os homens preocupam-se com o tamanho do seu pénis, por acharem que este é muito pequeno, e não se lembram que de facto se o pénis for muito grande não há muito a fazer. Os casais que eu conheço que estão na mesma situação que a sua acabam por utilizar um gel lubrificante durante o acto sexual, bem como tentam posições diferentes, que não magoem tanto. Pode também pedir para ele ter cuidado durante a penetração, e colocar a mão à volta do pénis para que este não a penetre de forma tão profunda. Converse com ele e experimente algumas alternativas para ajudar a vossa relação. 

“Não consigo ter prazer total!”

 

Tenho 32 anos e amo o meu marido, com quem vivo há 3 anos. O problema é que não consigo ter relações sexuais na sua plenitude, isto é, não consigo tolerar a penetração.

Penso que o problema não é frigidez, pois tenho prazer com o resto, mas não consinto que ele me penetre, pois magoa-me muito. Sei que o problema é meu e que isto não é normal, mas não sei a quem pedir ajuda, o mais indicado será ir ao ginecologista ou ao sexólogo? Ajude-me, este problema pode dar cabo da relação e eu não quero que isso aconteça!

 

Margarida, Sesimbra

 

Cara leitora,

Este problema sexual que descreve de não conseguir a penetração vaginal acontece a muitas mulheres e deve procurar tratamento com especialistas da área da sexologia para o tentar resolver. Sem muitos dados, eu colocaria as hipóteses de dispareunia ou de vaginismo – duas disfunções sexuais femininas. Deve também consultar um ginecologista para verificar se a dor não se deve a algum problema de natureza ginecológica.  

Diversifique as relações sexuais, explorem as massagens, as carícias, a masturbação mútua, o sexo oral, os brinquedos eróticos… Usem a vossa imaginação para reinventarem a vossa sexualidade sem limites e para não estar tão concentrada na penetração apenas!

Aconselho-a a explorar o seu corpo através da masturbação,  para que possa descobrir como gosta de ser tocada e o que lhe dá prazer, pois o primeiro passo para sentir prazer com um parceiro é ser capaz de o fazer sozinha.

Nas suas relações sexuais, deve tentar relaxar e entregar-se a carinhos e festas durante um tempo substancial (a lubrificação depende do prazer que sente antes de iniciar a penetração). Não vou definir-lhe um tempo limitado, mas sugiro-lhe um mínimo de meia hora, antes de tentarem a penetração ou sequer de pensarem nisso (podem até nem chegar a concretizá-la!).

Como o seu problema pode ser mais específico, seria desejável fazer uma consulta presencial de Sexologia, para fazer um diagnóstico diferencial.

Ela para a meio da relação sexual a chorar

 


 

 

Tenho 23 anos e namoro com uma rapariga há quase 4 anos. Sentimos muito amor um pelo outro, porém, há alguns meses observei que minha namorada está muito inconstante na vida sexual.

Eu preocupo-me em excitá-la ao máximo, fazendo carinhos e conversando sobre as suas fantasias. Costumamos ter sexo em casa dela, o problema é que muitas vezes ela pára no meio da relação, dizendo que não está relaxada ou simplesmente pára e chora nos meus braços. Conversamos muitas vezes sobre isso, ela dá uma desculpa diferente, ora dizendo que não estava com vontade (mas eu percebia que ela estava excitada), ora dizendo que se sente mal por fazer sexo comigo na casa dela. Já tentamos ir a outros lugares, como um hotel bonito, mas além de ser muito caro, já houve vezes em que ela também parou.
Já não sei o que fazer! Faço tudo para excitá-la, converso, pergunto, mas mesmo assim isto acontece com frequência.
Já houve vezes em que eu a satisfazia 13 vezes em menos de 2 dias. Percebi que fazemos menos sexo hoje, o meu desejo continua o mesmo, mas o dela diminuiu. Que conselhos me dá?

 

Pedro Miguel, Matosinhos

 

 

Caro leitor,
A sua namorada parece estar a sofrer dificuldades sexuais, mas pela sua descrição não saberei bem quais. Por vezes as mulheres sentem-se culpadas ou envergonhadas de ter uma vida sexual activa, pelos preconceitos de que “uma senhora” não gosta de sexo, não o faz antes do casamento…ou outras ideias feitas e preconceituosas, principalmente em relação à mulher. As exigências sociais sobre a mulher são muito duras com elas e mais brandas com o homem (embora também sejam uma forma de pressão sobre eles) e, por vezes, influenciam a felicidade individual que não se consegue libertar e viver à vontade o prazer.
Tem de falar com ela honestamente e sem pressões, sobre o que a preocupa, como ela gostava que fosse a vossa vida sexual, o que poderá ter mudado para ela… Sem pressões nem preconceitos, pelo vosso amor. Pode tentar ter relações noutro local, onde se sintam à vontade, íntimo e privado e criar um ambiente especial. Tente explorar com ela o prazer sem a pressão da penetração: diga-lhe em sussurro que vão fazer amor sem penetração e veja como ela reage (pode ser que ela goste mais da excitação do que da penetração, o que é muito frequente em muitas mulheres); faça-lhe massagens e carícias sem fim; dê-lhe um banho perfumado; leia-lhe histórias eróticas como se fossem vós as personagens principais…use a sua imaginação para lhe oferecer pedaços de prazer inesquecíveis!
Se as suas tentativas não funcionarem, deve precisar de bastante tempo para sentir alterações, pense em ir com ela a uma consulta de planeamento familiar ou de sexologia para falarem com um especialista sobre a questão e tentarem encontrar soluções em casal. Boa sorte.