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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

O sexo contribui para uma vida mais saudável

Estudos indicam que o sexo contribui para uma vida mais saudável e até actua como 'medicamento' preventivo em certas situações. De que forma e em que aspectos isto pode ser verificado?

 

A sexualidade é uma dimensão muito importante da vida dos humanos, ainda mais hoje em dia, em que a sociedade está muito "sexualizada". Os estímulos sexuais chegam-nos de toda a parte e por qualquer coisa. Nunca se falou e mostrou tanto sexo na história. No entanto, tal não significa mais informação adequada e sempre correcta. Provavelmente há tantos mitos e tabus como antes.  

O que constitui uma vida saudável depende muito de cada pessoa, mas para a maior parte de nós certamente que a sexualidade (e o sexo é apenas uma parte dela!) é uma fatia relevante do bolo. Os afectos entre as pessoas, as relações familiares e íntimas, os contactos físicos e de proximidade são necessidades e factores de boa saúde mental e qualidade de vida no geral, que fazem parte da nossa sexualidade enquanto seres humanos. Pode prevenir-se assim a depressão e a ansiedade, o isolamento social e a solidão, as somatizações que alguns de nós têm (sintomas físicos - como dores de cabeça, de costas ou outros - que reflectem problemas inconscientes de foro psicológico) e mesmo doenças que surgem a longo prazo na vida e que uma satisfação e qualidade de vida podem retardar o seu aparecimento.

Ao nível do sexo propriamente dito, das relações sexuais, o provérbio popular responde bem: "A função faz o órgão" – ter ao longo dos anos uma vida sexual saudável e satisfatória previne o aparecimento de disfunções sexuais como a disfunção eréctil (a impotência como se dizia antes), a falta de desejo ou libido, as dificuldades de excitação e de atingir o orgasmo. Desde que seja sexo seguro, protegido pelo preservativo e seguido medicamente pelo menos uma vez por ano (para avaliar possíveis infecções sexualmente transmissíveis, células pré-cancerígenas, fazer o acompanhamento da contracepção utilizada, etc.) é saudável e muito desejável para o corpo e a mente terem uma vida sexual activa e feliz.

 

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Vida de casal: não tenho vontade de fazer amor!

A rotina é, sem dúvida, um dos maiores inimigos de qualquer relacionamento. Enquanto que nos primeiros tempos da paixão todo o tempo que passavam juntos parecia pouco e qualquer toque ou olhar desencadeava um incêndio que os levava para os braços um do outro, com o tempo e a habituação a excitação da novidade apaga-se. Se a isso juntarmos as exigências do dia a dia, as discussões a respeito de quem lava a louça ou vai buscar os filhos à escola e as pressões a que cada um dos dois é submetido no local de trabalho, é fácil de compreender porque é que a vida sexual se torna um problema silencioso para tantos casais.

 

Passamos mais tempo a trabalhar e a responder aos desafios e exigências profissionais do que a sós com quem amamos. Por outro lado, qualquer pessoa, por mais apaixonada que esteja, precisa de ter tempo para si e para sentir saudades do seu mais-que-tudo. Aquilo de que muitas vezes não nos damos conta, no entanto, é que ao afastarmo-nos no dia a dia isso cria um fosso também na nossa vida sexual, afastando-nos.

 

Por outro lado, é fundamental ter presente que se perder o contato com a sua própria sexualidade isso irá necessariamente afastá-la do seu par. Limitar-se a cumprir as suas obrigações enquanto mãe e profissional, esquecendo-se que também é mulher, com desejos e vontades, faz com que essa parte do seu ser e da sua vida vá ficando entorpecida. A partir daí, muitas mulheres deixam de sentir prazer na relação sexual, porque não se permitem desfrutar dela com relaxamento e descontração, passando a evitar o seu parceiro. A anorgasmia, uma disfunção de que já falámos, pode surgir então e impedir a mulher de ter orgasmos, ou dificultando-os. Como tal, isto faz com que a mulher ainda tenha maior tendência para evitar a relação sexual, pois sabe que não lhe será fácil chegar ao orgasmo, tornando o sexo algo penoso.

 

Mais vale prevenir…
A melhor forma de combater a falta de desejo no casal é aprender a evitá-la. Para tal, integre certos princípios na dinâmica da relação e faça deles hábitos saudáveis, para o bem da relação.

Como falar de sexo com os meus filhos?

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Tenho 3 filhos entre os 8 e os 12 anos, e não sei como abordar o tema da sexualidade com eles. Preciso de ajuda!

 Luís

Caro leitor,

A maioria dos pais considera dificil abordar o tema da sexualidade com os seus filhos, por isso o leitor não é o único pai a debater-se com esse problema. Muitos pais acham que se derem informação a mais aos seus filhos ou se abordarem o tema cedo demais vão fazer com que eles iniciem a sua vida sexual mais cedo. De facto, acontece justamente o contrário, quanto mais informados os jovens estiverem em relação ao sexo, mais tarde vão iniciar a sua vida sexual, e de forma mais segura e responsável.  Aborde o assunto de forma natural, dando aos seus filhos informação a respeito de sexo seguro e responsável, de forma a que eles estejam equipados com o conhecimento necessário para iniciar uma vida sexual saudável e positiva. 

Vida de casal: não tenho vontade de fazer amor!

A rotina é, sem dúvida, um dos maiores inimigos de qualquer relacionamento. Enquanto que nos primeiros tempos da  todo o tempo que passavam juntos parecia pouco e qualquer toque ou olhar desencadeava um incêndio que os levava para os braços um do outro, com o tempo e a habituação a excitação da novidade apaga-se. Se a isso juntarmos as exigências do dia a dia, as discussões a respeito de quem lava a louça ou vai buscar os filhos à escola e as pressões a que cada um dos dois é submetido no local de trabalho, é fácil de compreender porque é que a vida sexual se torna um problema silencioso para tantos casais.

 

Passamos mais tempo a trabalhar e a responder aos desafios e exigências profissionais do que a sós com quem amamos. Por outro lado, qualquer pessoa, por mais apaixonada que esteja, precisa de ter tempo para si e para sentir saudades do seu mais-que-tudo. Aquilo de que muitas vezes não nos damos conta, no entanto, é que ao afastarmo-nos no dia a dia isso cria um fosso também na nossa vida sexual, afastando-nos. 


Por outro lado, é fundamental ter presente que se perder o contato com a sua própria sexualidade isso irá necessariamente afastá-la do seu par. Limitar-se a cumprir as suas obrigações enquanto mãe e profissional, esquecendo-se que também é mulher, com desejos e vontades, faz com que essa parte do seu ser e da sua vida vá ficando entorpecida. A partir daí, muitas mulheres deixam de sentir prazer na relação sexual, porque não se permitem desfrutar dela com relaxamento e descontração, passando a evitar o seu parceiro.

 

A anorgasmia, uma disfunção de que já falámos, pode surgir então e impedir a mulher de ter orgasmos, ou dificultando-os. Como tal, isto faz com que a mulher ainda tenha maior tendência para evitar a relação sexual, pois sabe que não lhe será fácil chegar ao orgasmo, tornando o sexo algo penoso.

“A diabetes influencia a sexualidade?”

“Tenho 23 anos e sou doente diabética, tomo medicação para controlar a doença. Uma vez que tenho um namorado há pouco tempo estou com algum receio que a minha doença possa interferir negativamente na minha vida sexual. Gostaria que me esclarecesse a esse respeito e que me indicasse o que posso fazer.”

Sílvia, Beja

 

Cara Leitora,

Alguns estudos têm demonstrado que algumas mulheres com diabetes têm tendência a ter algumas dificuldades no que respeita ao seu desempenho sexual. Alguns dos problemas mais frequentemente diagnosticados são a diminuição do desejo sexual, a redução da lubrificação vaginal e dor durante a penetração sexual.

Porém, se receia que o facto de ter diabetes e de ter uma medicação rígida de alguma forma possa condicionar a sua vida sexual, é importante que fale com o seu médico assistente ou solicite a ajuda dos membros da sua equipa de aconselhamento da diabetes para que juntos possam encontrar alternativas para ultrapassar esta questão. Alguns medicamentos para a diabetes têm como efeito secundário a redução da libido que é responsável pelo desejo sexual. Mas tenha em consideração que cada pessoa é um caso e a diabetes tem diferentes repercussões de pessoa para pessoa.

Não encare a diabetes como um entrave à sua vida sexual. Tente ter uma postura mais descontraída e se considerar necessário, peça ajuda ou uma orientação médica.

Ele é pouco experiente…

"Tenho 30 anos e namoro com um rapaz 5 anos mais novo do que eu. Há pouco tempo iniciámos a vida sexual, no entanto ele é pouco experiente e não consegue dar-me total satisfação. O que devo fazer nesta situação?"

 Simone - Faro

 

Cara leitora,

Para que possa resolver esta questão sugiro que, numa fase inicial, opte por falar com o seu namorado e, de uma forma delicada, lhe dê a entender que necessitam de conhecer melhor a sexualidade de cada um para que possam proporcionar momentos de prazer e satisfação um ao outro. Experimente sugerir o jogo de descoberta do corpo, no qual cada parceiro estimula o corpo do outro parceiro ao mesmo tempo que este explica como gosta de ser tocado. Desta forma podem conhecer os pontos sensíveis de cada um e esta poderá ser uma excelente maneira de ultrapassar o obstáculo que tem enfrentado. Toda esta aprendizagem é benéfica para ambos e, assim, podem ter mais prazer sexual com o avançar do tempo.

Não conseguir penetração

 

 

Tenho 31 anos, e nunca tive uma vida sexual muito activa. Mas a ultima relação sexual que tive foi com uma pessoa que amava muito, mas não consegui satisfazer o meu ex companheiro, não consegui ser penetrada, tenho bastantes dores, mas acho que é um problema psicológico meu porque não relaxo. Mas isso está-me a prejudicar bastante. É que agora estava  a começar um relacionamento e parece que tenho trauma de ter relações, envolvo-me bastante e tenho desejo de continuar mas de repente (parece que se passa algo) e paro e o meu companheiro não entende porque faço isso. Acho que é um problema que não consigo resolver.

Gostava que me ajudassem a suportar este problema e perguntar se devo procurar ajuda clínica ou psicológica.
Patrícia

 

Cara Patrícia,

 

 

O seu caso pode ser de uma perturbação sexual feminina, mas tal diagnóstico só pode ser feito numa consulta presencial e com avaliação fisiológica médica e sexológica. Existem duas perturbações sexuais femininas da dor: o vaginismo e a dispareunia. Estes problemas acontecem a muitas mulheres e não deve deixar de tentar viver a sua sexualidade por isto lhe acontecer, nem sentir-se culpada. Deve procurar ajuda especializada para esclarecer se as suas dificuldades são psicológicas ou fisiológicas e reflectir sobre um tratamento adequado.

Por enquanto podem explorar outras formas de ter relações sexuais, não só através da penetração… Explorem as massagens, as carícias, a masturbação mútua (pode começar sozinha para descobrir como gosta de ser tocada e o que lhe dá mais prazer), o sexo oral, os brinquedos eróticos… Usem a vossa imaginação para reinventarem a vossa sexualidade sem limites!

 

 

 

 

 

 

 

“Ultimamente a minha erecção anda muito fraca!”

 

"Tenho 43 anos e ultimamente tenho tido dificuldade em ter uma erecção completa o que faz com que por vezes não consiga ter relações sexuais. Já pensei em tomar Viagra mas moro numa vila bastante pequena e tenho medo que os meus amigos e familiares descubram. Há alguma outra forma de resolver o problema?"

Emílio, Cinfães

 

Caro leitor

No que diz respeito à sexualidade existem mil formas diferentes de resolver problemas, apenas há que descobrir a mais adequada para cada pessoa. Compreendo que morar numa vila em que todas as pessoas se conhecem faz com que não tenha muita privacidade. Uma opção será tomar outro tipo de estimulantes sexuais os quais possa encomendar pelo correio. Dessa forma resolve o seu problema sem que ninguém fique a saber, pois as empresas costumam ser bastante discretas. Existem vários produtos naturais para homens e mulheres que não têm efeitos secundários e que ajudam o desempenho sexual. Alguns, são tomados todos os dias, enquanto que outros são tomados algumas horas antes de ter relações. Procure ajuda, pois uma vida sexual satisfatória é parte integrante da qualidade de vida de qualquer indivíduo.

“Masturbo-me no duche”

 

“Sempre gostei de me masturbar na banheira, e cada vez mais tenho o hábito de, ao fim do dia, me masturbar enquanto tomo duche. Não sei por que razão sinto tanto prazer dessa forma!”
 
Carolina, Almada
 
Cara Leitora,
A masturbação é algo perfeitamente normal e, apesar de não se falar muito disso, faz parte da sexualidade da maioria das pessoas, tanto homens como mulheres. O banho é um momento de privacidade na qual o corpo se encontra relaxado e descontraído, sendo como tal um momento propício ao prazer. Para além disso, a água possui um efeito relaxante, proporcionando a calma, diminuindo a ansiedade e ajudando na libertação de energias. A prática da masturbação no banho, seja ela individual ou conjunta, pode ser um estímulo para a renovação de energias e uma prática agradável, mesmo para preceder uma relação sexual. Este momento é de puro relaxamento, tanto físico como psicológico, por isso não se preocupe por ter este tipo de práticas, pois são perfeitamente normais.

Quais os melhores momentos para a concepção?

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"Sou uma mulher ansiosa por ser mãe, mas que não sabe muito a respeito do seu próprio corpo. Gostaria de saber quais são os melhores momentos para conseguir engravidar, sei que se encontram a meio do meu ciclo, mas quando? O meu período menstrual dura cerca de 30 dias, e tenho o período nos primeiros 4 dias. Seguindo este ciclo, pode dizer-me em que dias tenho maior probabilidade de conseguir engravidar?"

Luísa - Barcarena

 

Cara leitora,

Conhecer bem os ritmos e ciclos do seu corpo é fundamental, tanto se pretende engravidar, como se deseja evitar que isso aconteça, ou para poder desfrutar plenamente da sua sexualidade. Uma vez que a menstruação difere de mulher para mulher, o melhor período para engravidar varia, mas seguindo a regra do seu ciclo é possível encontrar o que procura. As mulheres têm tendência para ovular a meio do ciclo, contudo, é mais acertado dizer que ovulam 14 dias antes da menstruação. Embora seja fora do comum, as mulheres podem ovular em qualquer momento do ciclo. A fertilidade depende essencialmente de três fatores: um óvulo saudável, esperma saudável e muco cervical favorável. A mulher ovula uma vez em cada ciclo. O óvulo vive de 12 a 24 horas e depois desintegra-se se não for fertilizado. Em condições favoráveis do muco cervical, o esperma pode sobreviver até cinco dias dentro do corpo. Estas condições criam cerca de uma semana de intervalo no qual é mais provável engravidar. Consulte o seu médico para definir o seu ciclo em pormenor, para poder identificar com uma margem de erro o mais pequena possível quais são os dias em que deve tentar engravidar.