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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

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Profª Drª Helena Barroqueiro

Sexo Baunilha ou com sabor extra forte?

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A designação "Sexo Baunilha", refere-se à relação sexual convencional, por oposição ao sexo praticado em relações de BDSM. A expressão deriva do inglês "vanilla sex", por analogia com o sabor de gelados: aqueles que têm medo de arriscar podem pedir baunilha, pois será sempre aquele sabor familiar, sem surpresas nem riscos. Há, contudo, muitas pessoas para quem "extra forte" nunca é picante demais.

 

Qualquer relação sexual beneficia do "amor" e dos gestos e momentos de puro carinho e troca de carícias com meiguice e cuidado. No entanto, a vida sexual de dois adultos pode, de vez em quando, precisar de alguns elementos mais picantes e de arrebatamentos de paixão para não cair na rotina, que leva à monotonia e, por consequência, ao arrefecimento e à apatia. Nem todas as pessoas gostam de gestos impetuosos ou de soltar a fera que há em si quando têm relações sexuais, e as relações BDSM (com e sem sexo) não são para toda a gente. É importante, antes de mais, ter bem claro que nunca deve ir além daquilo que realmente deseja fazer.

 

O prazer de magoar

O sadismo é uma das atividades do BDSM, e define o prazer em infligir dor no outro, retirando deleite e satisfação do facto de estar a fazer sofrer. Para descanso dos mais suscetíveis, saiba que assim como existem sádicos, há também masoquistas, pessoas que sentem real prazer na dor que lhes é causada. Enquanto que no domínio o dominador procura ter controlo sobre o submisso, no sadismo é na dor que assenta o foco de prazer. Esta dor não é, contudo, cruel: é uma dor apaixonada, na medida em que o que a provoca deseja que ela seja sentida com paixão, e o que a sofre deseja que ela seja infligida com paixão. A excitação é aqui retirada do facto de estar submetido à vontade do outro, no caso dos masoquistas, e de humilhar, fazer sofrer, no caso dos sádicos. O facto de dominar os sentidos do outro excita o que pratica o sadismo, que se sente estimulado pelo seu próprio poder. Este é um jogo de contornos extremos, em que pode haver limites negociáveis e outros indiscutíveis, por serem mais pesados.

 

Uma questão de confiança

Tenha sempre presente que a confiança é a pedra basilar que sustém este tipo de relação. Os praticantes de BDSM (Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo) regem-se por três princípios básicos: ser são, ser seguro e ser consensual. Como tal, existem códigos de conduta que são respeitados. Numa relação de sado-masoquismo, por exemplo, aquele que exerce o domínio apresenta ao que se submete a ele um contrato, onde todos os limites são definidos, assim como o tempo durante o qual o submisso está sob o domínio do seu dominador. A palavra de segurança, que tem de ser acordada entre os dois, é no caso do sado-masoquismo ainda mais importante, pois é ela que define até onde o sádico pode ir. Esta palavra deve ter um significado distanciado do ato praticado, como por exemplo "tangerina" ou "amarelo", pois neste contexto dizer "pára!" ou "não!" pode ser um incentivo a prosseguir…